As reticências do que nunca escrever
Retroceder e apagar as cinzas
Olhar além desses galhos
Cravar minhocas
No solo infértil
Uma escada
Rumo a lugar-nenhum
Doces frutas esmagadas
Entre o chão e as pegadas
Passos e passos e passos e passos
Vi um sabiá voando ao redor da morte
Os pássaros gostam de dançar
Pertinho do perigo invisível
Quero ser as asas dele
E me prender nos fios
Cair eletrocutada
A morte rápida e intensa
Asinhas queimadas pela energia
O espírito dele voando ao redor das flores
Amortecer dessas dúvidas-raízes passageiras
Eu-sabiá-cantante que teima em viver
Alucinante aventura exagerada
O drama dessas claras horas
Malfadadas e reticentes
Essa loucura fosca
O vento e as nuvens
sonhos de voar pelo céu
Em uma alegoria da imaginação
Eu-sabiá-encantado que nunca morre
Sempre voando por entre as dimensões
(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não se acanhe.