terça-feira, 21 de outubro de 2025

Lacunas entre o Abismo e a sanidade

As reticências do que nunca escrever

Retroceder e apagar as cinzas

Olhar além desses galhos

Cravar minhocas

No solo infértil


Uma escada

Rumo a lugar-nenhum

Doces frutas esmagadas

Entre o chão e as pegadas

Passos e passos e passos e passos


Vi um sabiá voando ao redor da morte

Os pássaros gostam de dançar

Pertinho do perigo invisível 

Quero ser as asas dele

E me prender nos fios


Cair eletrocutada

A morte rápida e intensa

Asinhas queimadas pela energia

O espírito dele voando ao redor das flores

Amortecer dessas dúvidas-raízes passageiras 


Eu-sabiá-cantante que teima em viver

Alucinante aventura exagerada 

O drama dessas claras horas

Malfadadas e reticentes

Essa loucura fosca


O vento e as nuvens 

sonhos de voar pelo céu

Em uma alegoria da imaginação

Eu-sabiá-encantado que nunca morre

Sempre voando por entre as dimensões


(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não se acanhe.